Planejamento financeiro é mais do que receitas e despesas

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O que é planejamento financeiro e em qual momento da vida ele deve ser feito?

Planejamento financeiro é organizar a vida financeira de acordo com os objetivos e ciclos de vida de cada um.

Por exemplo, alguém tem o objetivo de construir um patrimônio confortável e fontes de renda que o mantenham, e está em início de carreira. Precisa planejar a forma de fazer dinheiro e como usar, precisa pensar em quais investimentos irá fazer, juntar uma grana, usar o crédito e consórcio pra crescer, adquirir bens de renda e não só de uso, aí precisa pensar em proteção, e se acontecer alguma coisa? Seguros fazem parte do planejamento financeiro. Pensar em uma carteira eficiente de investimentos, pensar no planejamento tributário também, como pagar menos impostos de forma legal nos negócios e até na declaração de IR. É importante também fazer um planejamento de aposentadoria e sucessão, enfim, são diversas áreas em que podemos melhorar os resultados.

Como avaliar as despesas e ganhos?

O primeiro passo sempre é avaliar o cenário atual, tirar uma foto de como está a vida financeira.

Sobre os ganhos: minha renda é a que eu desejo? Se não for, o que é possível fazer para melhorá-la? Não tem almoço grátis, é preciso esforço, dedicação e estratégia. É preciso estudar mais, se preparar melhor, produzir mais, arriscar mais? Não adianta reclamar do salário se não está fazendo nada para mudar o cenário. A renda extra também pode ser cogitada por um período.

Sobre os gastos, eu gosto de falar do uso inteligente do dinheiro. Faz sentido pra você? Faz sentido dentro do seu projeto de vida? Agrega? Tem uma linha chamada de minimalismo que não quer dizer ser “mão-de-vaca”, mas gastar naquilo que é importante, sem excessos.

O impulso prejudica o planejamento, aqui é necessário colocar alguns mecanismos de controle, como por exemplo, colar uma foto do sonho no cartão, excluir apps de compras do celular e outros. Focar nos objetivos, e quando tiver algo que o afaste, dê uma volta antes de decidir.

O segundo passo é definir objetivos: onde eu quero chegar? O que eu desejo construir e como eu quero viver.

Aí vem o terceiro passo: construir a ponte entre o estado atual e o desejado. Nesse ponto se traça as estratégias tanto de renda, como de gastos e investimentos. A execução terá erros e acertos, por isso é importante fazer as avaliações e correção de rumo quando necessário.

Para quem deseja começar a investir, qual o investimento mais indicado?

Primeiro é preciso reservar um dinheiro, mesmo que seja pouco. E juntar em uma aplicação de renda fixa, inclusive a renda fixa fica bem atrativa, até mais que a renda variável, em cenários de juros altos.

Começar com um CDB, em o RDC de uma cooperativa financeira, e assim que for juntando já dá para diversificar uma parte para LCA que não tem imposto de renda para Pessoas Físicas. É preciso fazer a análise de perfil de investidor e principalmente, quando for aplicar em investimentos com maior risco, diversificar e entender como funciona, as oscilações, o mercado, ter um bom consultor para ajudar a escolher e a fazer seus investimentos.

Famílias endividadas: o crédito é sempre ruim?

Muito se fala sobre isso, sobre o endividamento das famílias. Dados de abril de 2023, temos 78% atualmente, atrasos 29% e não podem pagar 11%.

O crédito sem planejamento é ruim, mas existem vários tipos de crédito que ajudam a crescer e a reduzir despesas. O que seria do agronegócio, da indústria, do comercio sem crédito? Cresceria muito menos.

Digamos que um empresário tem uma loja de roupas, com “X” de recursos, terá um ganho de “X”, mas se, com planejamento, estudo de mercado e um bom plano de negócios, buscar um crédito para capital de giro, com “10X” de recursos, poderá ter “10X” de resultados, e mesmo pagando um custo por isso, o resultado final será melhor.

Quando é importante cogitar um financiamento?

Para reduzir despesas ou aumentar a produção, ou adquirir algo planejado, como um carro, uma casa, um curso, algo que seja agregador. Em consumo, tem que fazer a conta e ver se é preciso comprar agora ou juntar o dinheiro, ou mesmo fazer um consórcio. Conforto é bom, é importante inclusive para a produtividade, e o financiamento de consumo pode ser importante em determinadas situações. Mas sempre lembrando: com planejamento e controle, adequando às reais possibilidades.

Porque é importante “cuidar do nome”, mantendo as obrigações em dia?

Quando as contas atrasam, a pessoa fica negativada. E mesmo quando não vai pro SPC, Serasa, cartório, etc., o atraso mesmo de contas de consumo impacta na avaliação de risco e no acesso a produtos, como cartão de crédito, financiamentos e até seguros. O Serasa tem uma pontuação, o Score, e que as instituições financeiras usam como parâmetro para aprovar um crédito. Quem tem histórico de atrasos tem mais risco, ou não tem acesso a crédito ou a taxa fica mais cara, dependendo da situação.

Como introduzir a vida/planejamento financeiro na rotina das crianças?

Essa é uma pauto de extrema relevância. Muito se fala da educação financeira nas escolas, mas a pauta começa em casa. Primeiro, a criança aprende pelo exemplo. Ensine seus filhos a fazer escolhas, a investir em conhecimento e formas de fazer dinheiro, em usar bem todos os recursos a que tem acesso, guardar e investir, e desde pequenos vão desenvolvendo consciência financeira.

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