Um olhar sobre suas finanças: 9 dicas essenciais para a reestruturação em tempos de pandemia.

Tempo de leitura: 5 minutos

Imagine um cenário: sua atividade profissional está muito bem, sua carreira está decolando, ou se for empresário (a), sua empresa está crescendo. Você até fez um planejamento estratégico, seguido do planejamento financeiro, para tempos de normalidade, de acordo com o seu histórico. Recentemente, fez investimentos em patrimônio que consumiram suas reservas, mas está tudo certo, porque as receitas estão indo muito bem.

E de repente, surge um “cisne negro”. Em economia, cisnes negros são fatos não previstos que revolucionam a vida, os negócios e os investimentos, e com isso há uma disrupção do modelo anterior, onde estava tudo bem, tudo certinho, e agora é preciso agir rapidamente para se estruturar e dar “a volta por cima”.

Se o negócio parou de vender, se o salário vai reduzir 30, 50%, ou se há insegurança sobre os próximos meses, é preciso agir rapidamente, para ter bons resultados e impulso para seguir em frente com mais energia e equilíbrio. Vamos ver 9 dicas para esta reestruturação.

1.    Faça um diagnóstico sobre sua vida financeira. Ressuscite sua planilha (você encontra um modelo aqui no blog), busque um aplicativo de gestão financeira ou utilize o bom e fiel caderno, e faça suas anotações. Utilize o mês anterior como referência, e anote todas as suas receitas e despesas. Se puder, faça desde o início do ano. Perceba o que vai se modificar nos próximos meses, e tome decisões sobre todos os itens: quais deles permanecem e quais devem ser modificados. Se você tiver empresa, defina claramente o que é despesa pessoal das despesas do negócio, segregando as personalidades jurídicas e suas características financeiras.

2.    Tenha uma meta de novas rendas: o que você tem habilidade para fazer e pode desenvolver novas formas de entregar? Pode ser um serviço online, uma consultoria, um produto novo com delivery. Muitos estão falando e fazendo isso. O que você pode fazer? Quais oportunidades são ocasionais e quais são definitivas? Reinvente-se. Busque por boas ideias no mercado e as adeque ao seu jeito.

3.     Tenha uma meta de redução de despesas. Por exemplo, 30%. Lembre-se que é um período de ajustes, onde gastos que não fazem muito sentido podem ser eliminados, e outros podem ser reduzidos temporariamente.

4.    Olhe os lançamentos futuros de seu cartão de crédito: o que há de compras e despesas parceladas que ainda irão cair nos meses futuros. São despesas já realizadas e que impactam o seu orçamento. Use o seu cartão com um olhar no presente e outro no futuro, não é necessário cortar tudo, mas adequar ao momento e aos seus propósitos.

5.    Reavalie todas as suas assinaturas: TV, Internet, celular, streaming, etc.. Primeiramente, avalie quais são realmente utilizadas, pois mesmo que você receba um bom desconto para manter a assinatura, se não for utilizada, é recurso que se vai. Após esta avaliação, ligue para cada uma delas e peça redução de preço. Em algumas situações, há oferta de mais cobertura por menos preço, pode inclusive agrupar o que estava em mais operadoras em uma só, melhorando as condições finais.

6.    Faça uma análise profunda de suas dívidas e comprometimentos: valor, taxa, parcela. Se estes valores não couberem no novo orçamento, renegocie antes do próximo vencimento. Depois de inadimplente, as condições tendem a piorar para você, então, aja logo.

7.    Cuidado com novas dívidas: o governo está lançando linhas emergenciais. Só as pegue se realmente for necessário, pois isto transfere o problema para quando supostamente haverá mais renda. O cenário futuro pode trazer mais oportunidades ou mesmo necessidade de investimentos, e as dívidas deste período podem fazer com que você não aproveite oportunidades no período pós-crise. Cuidado com endividamento elevado. Se precisar do recurso, a alternativa é válida, mas volte ao item 1 e faça uma revisão urgente de seu custo de vida.

8.    Pense seriamente em ter ou melhorar uma reserva de emergência. Mesmo em momentos de instabilidade, faça uma aplicação em renda fixa e deposite uma pequena quantia, pode ser R$ 50,00, mas que dará um impulso emocional para continuar. E após a normalização, deposite sistematicamente 10% de sua renda nesta conta.

9.    Reavalie seu patrimônio total, financeiro e físico. O que você tem de investimentos? Previdência, fundos, bens? Quais suas características próprias: riscos, oportunidades? Desempenho em tempos de normalidade e desempenhos em períodos de volatilidade, comparando com o mercado? De seu patrimônio, o que é patrimônio de uso e o que é patrimônio de renda? Qual o custo de manutenção? Qual o potencial de valorização e rentabilidade de cada um? Pense em seu patrimônio estrategicamente, não só no cenário atual, mas como um todo dentro de um projeto de vida.

São 9 passos importantes que auxiliam a organização e o planejamento sistêmico, que serão úteis não só agora, mas para a vida toda. Reúna a família e avalie com a colaboração de todos, pois como diz Dra. Vera Rita de Mello Ferreira, PHD em psicologia econômica, “família que poupa unida permanece unida, e família que gasta unida entra em guerra de responsabilização”.

Caso não se sinta confortável de fazer isto sozinho(a), busque ajuda de um especialista imparcial, que o (a) auxiliará a conferir o checklist de sua vida financeira, seu endividamento e seus investimentos. É hora de olhar pra dentro. De revisar os planos e avaliar os impactos da nova situação.

Sucesso na jornada, seja feliz com suas escolhas!

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